Se faz sentir, faz sentido!*

Em 2013, voltando da licença-maternidade, compartilhei a minha experiência de voluntariado com o grupo de Recursos Humanos e questionei o que poderíamos fazer para promover esta oportunidade de FAZER O BEM para os funcionários da empresa, como parte de uma estratégia de engajamento e desenvolvimento das pessoas. Fui convidada para fazer parte do recém-criado Conselho do Instituto voltado para educação de jovens em vulnerabilidade social e montamos uma parceria informal com o banco aonde o Daniel trabalhava, oferecendo para o time de consultores a oportunidade de participar da mesma experiência da qual eu havia participado com jovens da periferia. Um ano depois, duas coisas importantes aconteceram:

a) Fui convidada para liderar no Brasil um programa global cujo objetivo é fomentar o empreendedorismo feminino. O programa é pro-bono e consiste em conectar mentoras e empreendedoras por um período de um ano. Participando de algumas reuniões de mentoria, pude perceber que aquelas conversas sobre negócios só com mulheres eram muito poderosas! Era um jeito diferente de falar de negócio – mais confortável, combinando técnica e conhecimento com a emoção. E que mulheres! Eu estava maravilhada com a força e poder daquele grupo de mentoras, que fugia um pouco do “padrão” com o qual eu estava acostumada a conviver no mundo de consultoria, dominado por homens e regrado por um código de etiqueta que inibia criatividade e ousadia. E as empreendedoras então? Mulheres que não tinham medo do risco, que sonhavam grande! Pouco a pouco, fui valorizando cada vez mais aqueles encontros pautados em uma mulher ajudar outra mulher, por meio de uma rede de apoio. E algo aqui dentro de mim foi também mudando – de alguma forma, fui me sentindo mais valorizada por ser mulher, me sentindo mais confortável na minha própria pele. Dei conta que eu era uma “bola” e que não necessariamente precisava me encaixar em uma forma quadrada.

b) Na parte de negócios, a receita havia caído 30%. Pressão para reduzir custos e manter a margem. Orientação: demitir 30% do time. Tempos difíceis! Sabia que um negócio para se sustentar teria que ser lucrativo, mas aquela medição de performance a cada trimestre, mês ou semana não parecia ser razoável, pensando numa visão estratégia de médio prazo. A dor me levou a estudar Capitalismo Consciente e Negócios de Impacto – tudo o que lia e aprendia me energizava. Se faz sentir, faz sentido!* E agora?

*frase extraída do livro “Muita Alma nesta Hora” escrito por Kiko Kislansky

foto: encontro para celebrar o resultado do programa, contemplando as 3 turmas de mulheres empreendedoras e suas mentoras

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"Não é sobre chegar no topo do mundo e saber que venceu. É sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu"